Biden chega a Washington e presta homenagem a vítimas do vírus, no dia em que americanos mortos alcançam 400 mil
Ritual antecipou cerimônia de posse na quarta-feira e teve tom propositalmente solene, para marcar diferença com governo Trump
WASHINGTON - O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, chegou a Washington no final da tarde desta terça-feira, véspera da cerimônia de posse, vindo de Delaware, onde esteve desde a sua vitória eleitoral em novembro. Tão logo chegou, Biden — ao lado da vice-presidente eleita, Kamala Harris, e dos seus respectivos cônjugues, Jill Biden e Doug Emhoff — participou de uma homenagem aos americanos que morreram vítimas do coronavírus .
O ritual no Lincoln Memorial aconteceu no mesmo dia em que os americanos mortos por causa do vírus alcançaram 400 mil, segundo a Universidade John Hopkins. Outros marcos históricos do país, como o Empire State Building, em Nova York, fizeram solenidades semelhantes, e o comitê de posse incentivou os americanos a acenderem velas em suas janelas e as igrejas a badalarem seus sinos em uma demonstração de unidade.
Veja: A programação da posse de Biden
As margens do espelho d'água do marco histórico foram iluminadas por luzes, para homenagear as vítimas. O hino cristão "Amazing Grace", do final do século XVIII, foi cantado pela enfermeira Lori Marie Kay, enquanto "Hallelujahn", canção de Leonard Cohen, na versão consagrada por John Cale, foi cantada por Yolanda Adams.
Harris e Biden fizeram ambos discursos muito breves.
— Às vezes é difícil lembrar, mas é assim que nos curamos. É importante fazer isso como nação, é por isso que estamos aqui hoje, entre o pôr-do-sol e o crepúsculo, para acender luzes na escuridão, ao longo da piscina sagrada de reflexão, para lembrar todos os que perdemos — disse o presidente eleito.
Em seguida, foram badalados por 400 vezes os sinos da Catedral Nacional.
A cerimônia teve um tom propositalmente solene, para marcar uma diferença com o combate ao vírus durante o governo de Donald Trump, muito criticado. O presidente republicano chegou a sugerir que as pessoas usassem injeções de desinfetante contra o vírus e repetidamente minimizou a gravidade da pandemia.
O enfrentamento ao vírus será uma das maiores prioridades do governo Biden, e é entendido como indispensável para a retomada da economia.
Os EUA registraram mais de 200 mil novos casos e 3.220 mortes em média nos últimos sete dias. A pandemia alterou radicalmente as cerimônias de transferência de poder, que em geral levam centenas de milhares de pessoas para Washington.
FONTE: O GLOBO